quinta-feira, 17 de outubro de 2013

«PARA ONDE VÃO OS GUARDA-CHUVAS»: O PODER REDENTOR DA LITERATURA

Ele não consegue suportar a dor pela perda do filho. Decide oferecer a sua fortuna (fábrica de tapetes) a quem o ajudar a acabar com esse sofrimento. A solução é apresentada por um hindu (Nachiketa Mudaliar): adoptar uma criança americana.

Fazal Elahi parte à procura de pacificação. Ele precisa de se completar.

São 620 páginas de procura da bondade pela bondade, do perdão pelo perdão, sem recompensa nem retribuição além do acto em si. Desta forma, a ligação entre tudo e todos poderá ser o mais pura possível. É que, para Elahi, tudo o que acontece na vida das pessoas está ligado, “como se fosse um tapete, o primeiro ponto não está separado do último, e se alguém mexer num deles mexe inevitavelmente nos outros.” (pág.202)

Ao longo do livro o leitor será acompanhado por Badini, Isa, Ilia Vassilyevitch Krupin, Salim, Bibi, Aminah e muitas outras personagens concebidas pela intensa criatividade do autor português.

São muitas personagens e muitas histórias que evoluem em narração intercalada. Os vários fios da narrativa são urdidos com a mestria de um hábil artesão.