sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lançamento do Livro:" Águas públicas e a sua utilização no concelho de Fafe"

A Câmara Municipal de Fafe vai comemorar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, em 18 de Abril (segunda-feira), com o lançamento da obra Águas públicas e a sua utilização no concelho de Fafe. Um contributo do ponto de vista histórico-geográfico, da autoria do Professor Francisco da Silva Costa, docente do departamento de Geografia da Universidade do Minho.
O evento tem lugar na Biblioteca Municipal, a partir das 21h30, com entrada livre.
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi criado a 18 de Abril de 1982 e aprovado pela Unesco no ano seguinte, com o objectivo de sensibilizar o público para a diversidade e vulnerabilidade do património, bem como para o esforço envolvido na sua protecção e conservação. O tema deste ano é Água: cultura e património.
É exactamente nessa linha que se enquadra a obra editada pela autarquia fafense, com o patrocínio da empresa Águas do Ave e que tem prefácio e apresentação do signatário desta nota.

Do prefácio:

Direi que se trata de uma obra fascinante, pela sua singularidade, e especificidade, por abordar temas absolutamente inéditos na bibliografia local, como estes relacionados com o património ligado ao uso da água.
O livro parte de um brevíssimo enquadramento geográfico, natural, territorial e humano do município de Fafe, passando depois para a enunciação do quadro normativo e institucional relativo ao direito e gestão da água, desde o início do século XX.
O corpo da obra desenvolve-se em torno dos usos e ocupação do domínio público hídrico neste concelho, desdobrado nas mais importantes utilizações da água, nos seus cursos mais relevantes, sobretudo o Vizela, o Ferro, o Bugio e o Torto.
Fala-se, assim, da importância da rega dos campos, da cultura do linho, do papel dos moinhos de rodízio e azenhas, como espaços de actividade moageira, mas também de outros engenhos ligados ao aproveitamento das águas públicas como a serração e os lagares de azeite.
A obra aborda ainda o aproveitamento hídrico no contexto da indústria local, sobretudo a têxtil (fábricas de fiação e tecidos), bem como nas fábricas de papel, em Fareja e em Fafe, hoje desaparecidas, depois de cumprirem a sua missão histórica. Algumas linhas são, de igual modo, dedicadas ao papel das pequenas centrais hidroeléctricas, como a de Santa Rita, mas também as das fábricas do Ferro e do Bugio, necessárias à laboração daquelas importantes indústrias, cujo auge decorreu em grande parte do século passado.
A publicação é ilustrada por dezenas de projectos apresentados para licenciamento no arco temporal compreendido entre os anos de 1903 e 1970, o que extraordinariamente a enriquece.
Estamos, enfim, em presença de um livro que interessa aos fafenses, abordando uma temática que esteve e continua a estar presente no dia a dia dos cidadãos, qual seja a da utilização dos recursos hídricos no território.
Um livro que importa, assim, à maioria das freguesias, banhadas por rios e ribeiros que, ao longo do século passado, foram aproveitados para diferentes utilizações, em benefício das populações.
Um livro, enfim, que casa harmonicamente a história e a geografia do concelho, reforçando o nosso conhecimento sobre o passado e o que foi feito no território, nesta área específica.


Fonte: saladevisitasdominho