Fotos: Manuel Meira
Para celebrar o Dia dos Namorados, a Biblioteca Municipal de Fafe divulgou vários poemas de Amor, de conceituados autores locais. Os poemas selecionados foram colados em corações, feitos em cartolina, que depois de agarrados a balões de ar vermelhos e brancos foram espalhados pelos vários espaços da biblioteca, dando um novo colorido aos mesmos.
Com esta actividade a biblioteca pretendeu junto dos seus leitores, por um lado, incentivar o gosto pela poesia, mas também, chamar a atenção destes para a riqueza literária do seu Fundo Local e, obviamente, celebrar o Amor, já que é um dos temas mais recorrentes da nossa literatura.
Alguns dos Poemas
AMOR
vem da nascente mais pura
a água dos dias
e o caudal
no princípio sem margens
e sem regras
vai aumentando
correndo veloz montanha abaixo
espreguiçando-se na planície
tem remoinhos estranhos
chora e canta nas cascatas
e cada fio de água
tem o seu encanto
o seu queixume
há moinhos na margem do rio
que transformam lágrimas
em laços de ternura
chegado à foz
o mar
na sua maré de abraços
envolve e arrasta em afagos infinitos
Acácio Almeida
|
(EN)CANTO DO AMOR
A vida solta-se
De face
É um enlace solto
Um trilho torto
E um amor
Assim morto…
Morto por brilhar
Irradiar encanto
Onde o espanto
Brota do jasmim
Estimulador do amor
E da alma
Sonhador
Encostado por enquanto
Ao canto da vida,
Ao pesadelo do amor.
Nuno Pinto Bastos
|
AMOR POR TI
Lábios colados
Sorrisos queimados
Rostos apavorados
Onde olhos cansados
Rasgando o sonho
Brilham a dor.
Gemido tamanho
Soltam a garra e o pavor
Num eco de terror
Deserto, devastador
Em nome de Ti
Beijamos apaixonados em Ti
Esses lábios queimados
Por Ti(mor)!
Nuno Pinto Bastos
|
AMO-TE
És a rosa…
Que dá cor ao meu jardim;
És a estrela…
Que ilumina a minha noite;
És a deusa…
Que toca na minha alma;
És a imagem…
Que se alimenta no meu espírito.
És… és, foste e serás…
Algo definível…
No tempo,
No espaço,
No espírito…
Onde a superlativação de um ser
Justifica num todo o seu viver!
E se as palavras que te caracterizam são eternas,
Se o pormenor que te define é infinito,
Se o sossego do teu ser é permitido…
Então é porque a tua alma é longínqua,
O teu pensar desconhecido,
O teu olhar algures definido.
Desde o primeiro dia que realmente te vi…
Nunca te perdi,
Nunca te recusei…
Sempre te quis,
Sempre te amei…
Nuno Pinto Bastos
|
ENCONTRO
Foi a tua voz que entoou a palavra amor…
Foi dos teus lábios que saboreei um beijo…
Foi nos teus braços que estremeci de paixão…
Foi a tua mão que acariciou o meu rosto
E percorreu o meu corpo com ternura…
Foi o teu olhar sedutor que me enfeitiçou
E me levou ao caminho da ilusão…
Foi contigo que despertei para a vida
E novas esperanças vi nascer no meu coração!
Maria da Conceição Castro
|
AMOR
Será que te amo
Quando ela está
A meu lado na cama?
Será amor
Aquilo que sinto
Como uma dor?
Será amor
A ternura com que
Desabrocha uma flor?
Será amor
A vontade que eu tenho
De lhe oferecer uma flor?
Rui Ribeiro
|
AMAR
Quando te observo
Sinto grande emoção
Vejo que te amo
Do fundo do coração.
Se soubesses como te amo
Desde o dia em que te vi
Chegarias à conclusão
Que ando louco por ti.
Se soubesses ler
Meu coração amargurado
Verias como é triste
Amar e não ser amado.
É penoso pensar
É triste andarmos sós
Mais triste é gostar
De quem não gosta de nós.
Saudade, deixa-me em paz,
Não me lembres esse amor…
Talvez não seja capaz
De suportar tanta dor!
Rui Magalhães
|
QUERO-TE TANTO
Quando te conheci
A vida mudou
Graças a ti
Não sei por onde vou.
Só penso em ti
De noite e de dia
Desde que te vi
A vida é uma alegria.
Tudo o que faço
E tudo o que digo
É por ti
Quero ser teu amigo.
Se não te vejo
Fico desgostoso
Quero estar contigo
Num lugar amoroso.
Só te quero falar
Penso e torno a pensar
Onde possas estar
Para nos podermos amar.
Rui Magalhães
|
TU ÉS…
Tu és doce como o mel,
Quente como uma chama,
És a luz dos meus olhos
A luz de quem te ama.
Tua pele é de seda,
Branca como a neve,
Não podes recusar
O amor de quem te pede.
Tuas mãos são de prata,
Têm elas tal riqueza
Que deviam andar protegidas
Um pouco pela minha pureza.
Da tua boca se ouvem
Músicas de embalar…
Será que pode haver
Algo mais a desejar?
José Alberto Freitas
|
AMO-TE
Amo-te como uma coisa rara
Que deve ser amada
A tua doçura envolvente
Paralisa-me
O ar da boite refresca
A emoção sentimental
Perdida num Céu de lágrimas
A dor que se esconde
No meio de uma dança privada
Amo-te como um livro
De páginas brancas
Onde escrevo
Sem exagero sem sacrifício
Apenas palavras
Que possam ser
O instrumento do meu Amor
A força da FÉ
Deu-me coragem de enfrentar
Tempestades de sentimentos
E de orgulho
AMO-TE
Carlos Pontes Filho
|
BREVE POEMA DE AMOR
Com o aroma das rosas
te escrevo em trigo e sonho e beijo
Desenho-te em vogais
de pétalas interiores ao cristal ao linho
Adoro-te em sílabas de orvalho
como se cantam as madrugadas da paixão
nas asas quentes do vento
As curvas do teu sorriso
acordam as cotovias
quando a primavera regressa
carregada do vermelho ardente das papoilas
As horas passam as noites os olhos sem fim
E nada mais sobra para além do coração
ao encontro dos dias maduros das abelhas
onde o meu querer-te em harpas floresce
Artur F. Coimbra
|
ADORO-TE
quando me dizes
com palavras que não conheço
o amor que me tens
e escondes no nevoeiro
essa mão grande que me segura
o abraço que me guarda
o coração que me sente
há a ternura dos teus olhos
cegos de nada verem
cansados do vazio
que nos une
até ao fim do que quisermos
nem que a noite seja eterna
ou o dia já ali
uma hora, um minuto, um instante
é infinito só de ser momento em nós
Paula Ramos Nogueira
|
agarro-me aos teus dedos
como se me afogasse entre os pensamentos:
escrevo palavras de bronze
perenes palavras de bronze
que os teus olhos transmudam
em silêncio de loucura
mas vê agora: das mãos e dos dedos
nascem com amor
as confissões que arranquei a outras noites
quando regressavas…
João Ricardo Lopes
|
AS FLORES
As flores são livres
porque são breves.
Também elas
se contornam
na expressão linear da luminosidade.
Daí se conhece
a sua existência
e a sua beleza.
Também o amor
Obedece a esta regra
Para ser sublime.
Pompeu Miguel Martins
|
APOLOGIA DO AMOR
Ao saborear a cereja
rosada seduziu-me
uma jovial primavera
com seu canto mavioso
de cigarra que mesmo
permanecendo encantada
sucumbia no palor do teu rosto
onde sobressaíam
uns lábios carnudos
gostosos desejosos
num corpo fértil
de sensual candura
suavemente enlevei-me
até ao mais agudo som
da melodia para ficar
sublimado e sentir
o sabor da cereja
nos lábios deslizando
ao longo do corpo0
imerso em profunda
voluptuosidade!
J. Salgado Leite
|
NAMORADOS
Hoje é o dia das flores
Em nossos olhos e as mãos dadas
Em azul como gavinhas
Felizes erguendo as rosas
Ao encontro da plenitude
É o dia de te escrever a beijos
E a sol o dicionário do amor
Acariciar-te o dia, dizer-te o meu
Desejo de te ter minha, e bela, e nua
Como se fosses deusa ou escultura
Ninfa de perdição, ou apenas mulher
Que é essa a minha loucura
Hoje há música entre nós
Laços abraços risos desatados corações
Em fúria como corpos selvagens
Incendiados os lábios as bocas o fogo
No peito como se queimasse em redor
Há o silêncio ansioso de ti
A arder nas aves quentes
Deste querer-te sempre com paixão.
Seja S. Valentim… ou não!
Artur F. Coimbra
|
COM O AROMA DAS ROSAS
Com o aroma das rosas
te escrevo o meu amor
Desenho-te em vogais
de pétalas ao encontro dos seios
Adoro-te em sílabas
de verde
como se cantam
as madrugadas da paixão
As curvas do teu sorriso
acordam os pássaros
quando a primavera regressa
carregada deste azul inteiro
de gostar de ti
As horas passam as noites
as memórias as esperas do olhar
E o coração não pára
de te escrever por dentro de mim.
Artur F. Coimbra
|
AMOR
Amor é um sentimento,
Um aconchego que envolve o nosso coração
E que na realidade
É uma bomba de emoção.
Por vezes o amor é triste,
Por vezes, a amizade tem que limpar as lágrimas
Que o amor deixa cair
Mas tudo se resolve…
Porque amar é para toda a vida
E vida que dura tão pouco…
É parar de gostar de amar…
Amor…
Que palavra tão séria
Mas feliz ao mesmo tempo.
É uma palavra quente
Como o Sol,
Como a Primavera!
Como o Verão!
É uma palavra amorosa
Que cá dentro do nosso peito,
Se guarda de forma tão carinhosa
Alunos do Agrupamento de Escolas Prof. Carlos
Teixeira
6º A
|
AMOR E UMA CABANA
Era a loucura destes dois pombinhos,
o Barnabé dos cravos e a Suzana
pensavam que o amor e uma cabana
era o bastante p’ra viver juntinhos.
E eram tão pobres, pobres, tão pobrinhos
mas tão milionários de paixão humana
que até casaram mesmo sem cabana
sonhando só no amor e nos beijinhos.
- Que há p’ra o almoço? – Só amor, carinho…
- E p’ra o jantar? – Sopa de amor, tolinho…
- E p’ra cear? – Sopa de amor, quentinha!
- E que fazes em cima da lareira
De pernas abertas p’rá fogueira?
- ‘Stou a aquecer o tacho da sopinha!
Ruy Monte
|