Vista exterior da Biblioteca de Alexandria |
De acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, o júri
distinguiu este ano "um dos mais prestigiados centros de
conhecimento a nível mundial".
O prémio, em segunda edição, será entregue na
sexta-feira, às 18:00, na sede da entidade, em Lisboa.
"A Biblioteca de Alexandria é uma referência
cultural para o Mediterrâneo e isso deve-se sobretudo à visão, ao vigor e
ao incansável trabalho de Ismail Serageldin", justificou o júri do
Prémio Calouste Gulbenkian, segundo uma nota de imprensa hoje divulgada.
O galardão é atribuído anualmente pela Gulbenkian a
uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha
distinguido pelo seu papel na defesa dos valores essenciais da condição
humana.
Entre 70 nomeações recebidas, o júri - presidido por
Jorge Sampaio - decidiu atribuir o Prémio àquela "instituição de
saber egípcia, que completou o ano passado uma década de existência, e ao
seu diretor Ismail Serageldin, académico e dirigente cultural de
excelência", que também lidera os centros de investigação e os museus
associados à Biblioteca.
Nas palavras do júri, a Biblioteca de Alexandria
"é única", no sentido em que representa uma entidade egípcia
"com dimensão internacional cuja missão é ser um centro de
aprendizagem, tolerância, diálogo e compreensão entre culturas e povos,
bem como uma instituição líder da era digital".
Inaugurada em 2002, no local onde terá existido a
antiga Bibliotheca Alexandrina, referência cultural da Antiguidade, a
nova biblioteca foi criada como um complexo cultural e científico que
recebe anualmente cerca de um milhão e meio de visitantes.
Para além de albergar milhões de livros e de estar
no centro nevrálgico de muitas importantes redes regionais e
internacionais, a Biblioteca de Alexandria reúne ainda um vasto arquivo
digital, seis bibliotecas especializadas, quatro museus, um planetário,
oito centros de investigação académica, quinze exposições permanentes,
quatro galerias de arte para exposições temporárias e um centro de conferências,
entre outras valências.
O diretor, Ismail Serageldin, nasceu em Guiza, em
1944, é licenciado em Engenharia pela Universidade do Cairo, é doutorado
em Harvard e tem vários doutoramentos honoris causa de universidades de
todo o mundo.
Serageldin foi também vice-presidente do Banco
Mundial entre 1992 e 2000, publicou cerca de 60 livros e monografias
sobre biotecnologia, desenvolvimento rural e sustentabilidade.
Em 2011 foi agraciado pelo governo francês com a
Comenda da Ordem das Artes e Letras.
O Prémio Calouste Gulbenkian é uma homenagem aos
valores defendidos por Calouste Sarkis Gulbenkian, o fundador da
entidade, e o júri deste ano foi ainda composto por Vartan Gregorian
(Carnegie Corporation, EUA), Paul Brest (Stanford Law School e antigo
presidente da Hewlett Foundation), comandante Pedro Pires (antigo
Presidente da República de Cabo Verde), a princesa Rym Ali da Jordânia
(fundadora do Jordan Media Institute), António Nóvoa (reitor Universidade
de Lisboa) e Mónica Bettencourt-Dias (investigadora do Instituto
Gulbenkian de Ciência), que integra este júri desde abril de 2013, em
substituição de Miguel Poiares Maduro, nomeado entretanto ministro do
Desenvolvimento Regional.
A cerimónia da entrega do galardão vai contar com a
presença de Ismail Serageldin, Jorge Sampaio e Artur Santos Silva.
Fonte: SIC Notícias
Fotografia retirada DAQUI
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