terça-feira, 16 de julho de 2013

Biblioteca de Alexandria distinguida com Prémio Calouste Gulbenkian 2013

Vista exterior da Biblioteca de Alexandria
    
De acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, o júri distinguiu este  ano "um dos mais prestigiados centros de conhecimento a nível mundial".

O prémio, em segunda edição, será entregue na sexta-feira, às 18:00, na  sede da entidade, em Lisboa.

"A Biblioteca de Alexandria é uma referência cultural para o Mediterrâneo  e isso deve-se sobretudo à visão, ao vigor e ao incansável trabalho de Ismail  Serageldin", justificou o júri do Prémio Calouste Gulbenkian, segundo uma  nota de imprensa hoje divulgada.

O galardão é atribuído anualmente pela Gulbenkian a uma instituição  ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido pelo  seu papel na defesa dos valores essenciais da condição humana.

Entre 70 nomeações recebidas, o júri - presidido por Jorge Sampaio -  decidiu atribuir o Prémio àquela "instituição de saber egípcia, que completou  o ano passado uma década de existência, e ao seu diretor Ismail Serageldin,  académico e dirigente cultural de excelência", que também lidera os centros  de investigação e os museus associados à Biblioteca.

Nas palavras do júri, a Biblioteca de Alexandria "é única", no sentido  em que representa uma entidade egípcia "com dimensão internacional cuja  missão é ser um centro de aprendizagem, tolerância, diálogo e compreensão  entre culturas e povos, bem como uma instituição líder da era digital".

Inaugurada em 2002, no local onde terá existido a antiga Bibliotheca  Alexandrina, referência cultural da Antiguidade, a nova biblioteca foi criada  como um complexo cultural e científico que recebe anualmente cerca de um  milhão e meio de visitantes.

Para além de albergar milhões de livros e de estar no centro nevrálgico  de muitas importantes redes regionais e internacionais, a Biblioteca de  Alexandria reúne ainda um vasto arquivo digital, seis bibliotecas especializadas, quatro museus, um planetário, oito centros de investigação académica, quinze  exposições permanentes, quatro galerias de arte para exposições temporárias  e um centro de conferências, entre outras valências.

O diretor, Ismail Serageldin, nasceu em Guiza, em 1944, é licenciado  em Engenharia pela Universidade do Cairo, é doutorado em Harvard e tem vários  doutoramentos honoris causa de universidades de todo o mundo.

Serageldin foi também vice-presidente do Banco Mundial entre 1992 e  2000, publicou cerca de 60 livros e monografias sobre biotecnologia, desenvolvimento  rural e sustentabilidade.

Em 2011 foi agraciado pelo governo francês com a Comenda da Ordem das  Artes e Letras.
O Prémio Calouste Gulbenkian é uma homenagem aos valores defendidos  por Calouste Sarkis Gulbenkian, o fundador da entidade, e o júri deste ano  foi ainda composto por Vartan Gregorian (Carnegie Corporation, EUA), Paul  Brest (Stanford Law School e antigo presidente da Hewlett Foundation), comandante  Pedro Pires (antigo Presidente da República de Cabo Verde), a princesa Rym  Ali da Jordânia (fundadora do Jordan Media Institute), António Nóvoa (reitor  Universidade de Lisboa) e Mónica Bettencourt-Dias (investigadora do Instituto  Gulbenkian de Ciência), que integra este júri desde abril de 2013, em substituição  de Miguel Poiares Maduro, nomeado entretanto ministro do Desenvolvimento  Regional.

A cerimónia da entrega do galardão vai contar com a presença de Ismail  Serageldin, Jorge Sampaio e Artur Santos Silva.


Fonte: SIC Notícias
Fotografia retirada DAQUI